Conhecemo-nos há 10 anos. A Etielbina anda a pedalar comigo há quase uma década. Juntos fizemos bem mais de vinte mil quilómetros, sei lá. Já nos perdemos, retomamos o caminho, juntos demos memoráveis trambolhões, conversámos e nos divertimos. As MTB´s dos anos 90 eram diferentes das actuais, não só nas peças (21 velocidades, mudanças nos punhos, travões cantilever), mas na geometria. Tinha uma frente mais baixa, eixo pedaleiro mais baixo também. À Etielbina, para além do tradicional quadro de alumínio e do grupo de mudanças, pouco resta da sua forma original. Aos poucos fui completando-a, fazendo upgrades, dando-lhe uma nova personalidade, mais arrojada e condizente com a sua função polivalente, urbana/estrada/campo. Entre muitas mariquices, ganhou uma forqueta com amortecedor, pedais de encaixe, v-brake’s, selim ergonómico, e vai no terceiro jogo de pneus slick. Como possui pratos 48/38/28, roda que é uma beleza, sendo uma excelente bicicleta para escaladas e para o asfalto das estradas.
Mas com a entrada em cena da magrinha que vêm lá em cima, a Gorka, a velha companheira deixou-se de grandes aventuras (a idade também não me perdoa), e apareceram-lhe as artroses e o reumático. Os sintomas surgiram mais em força na recente bibicletada da Massa Crítica. A roda traseira gingava de uma forma estranha e emperrava manifestamente o andamento. Tinha uma colossal folga ao ponto de me fazer suar as estopinhas. O diagnóstico foi rápido, o eixo traseiro estava partido devido ao uso e abuso que aqui o je lhe tem proporcionado. Feita a reparação, e como recompensa pelos serviços prestados à comunidade, saiu da clínica com uma bagageira levezinha a ornamentar-lha a traseira. Digam lá se não está uma perfeita bicicleta urbana? Pode não ser assim tão chamativa, e nem interessa muito para não motivar a ladroagem, mas continuará a rodar por aí por muitos e bons anos, às vezes presa em postes em frente a supermercados, carregada com compras, ou simplesmente para que o pai a empreste ao filho para dar umas voltas.
Estas bicicletas… devem ter sido das mais vendidas nos anos 90. 🙂 Por acaso não tive nenhuma… tive montanha mas não esta!
Tenho uma na aldeia… que é de familia que está no estado original… e continua a andar sem problemas!
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Me identifiquei legal com o que li e vi, coisas q essas adoraveis bicicletas fazem com a gente.
A pouco adquiri um bike (novinha), que muito se parece com Etielbina, talvez uma prima distante. Tenho outras companheiras tbm, mas de aço carbono, e devido ao pêso da minha idade, 46, comecei um namoro com uma magrela de aluminio. O romance é novo, mas a paixão antiga.
Sorte e bom pedal!
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