Por alguma razão há cães que não se dão lá muito bem com bicicletas e têm vocação para perseguir afoitos ciclistas. Talvez seja apenas para sacudir as pulgas, querem dar ao dente num rechonchudo tornozelo, ou porque se sentem intimidados pelo ciclista, o facto é que por vezes cães e bicicletas não combinam. Posso dizer até já possuir alguma experiência na temática como escapar aos pulguentos, mas até ver ainda só atropelei um! (edit: dois!)
Caso algum cão vadio se intrometa no nosso caminho deveremos ter sempre alguns truques na manga. Em primeiro lugar não demonstrar medo aos caninos. Parar e até desmontar da bicla intimida-os e assim eles já não mostram tanta coragem. Ladram um pouquinho e vão embora, provavelmente a rosnar algo do género: “Olha, este não quer brincar!”. Mas caso os vira-latas sejam daqueles que não desistem facilmente e exibem os caninos bem pertinho do nosso tornozelo, resta-nos antecipar uma vigorosa pedalada, sacar do bidon e esguichar um pouco de água no focinho, na esperança de os ver ficar para trás.
Ontem à tarde, bem pertinho de minha casa, dou de caras com o audaz e eriçado rafeiro. Numa correria desenfreada, o jeco aparece do nada, direito a mim a ladrar como que a convidar-me para uma corridinha. Parei, ele também parou, e então dei-lhe trela ao desafio. Apenas lhe pedi para esperar um pouquinho, para preparar a minha teleobjectiva telefónica. Lado a lado, eu na ciclovia e ele no relvado, fizemos um pequeno jogo entre o cão e o gato, que resultou num grande divertimento e nas fotos para hoje vos mostrar. O que eles querem é simplesmente brincar.
Tenho uma teoria que poderá explicar os cães correrem atrás das bicicletas: Cá para mim o que os move são os ciúmes, porque em todo o caso a bicicleta rivaliza com eles, na qualidade de melhor amiga do homem.
“Aaaauuu… ganhei-te por um dente!”… ladra-me o gajo!
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