Foi durante o meu passeio pedestre pelas amendoeiras floridas, e com o recurso ao zoom da objectiva, que fui surpreendido com a passagem de um par de excursionistas em bicicleta, daqueles que fazem do turismo de bicicleta o verdadeiro cicloturismo, da viagem a pedais um modo de vida. Ciclistas de longo curso, que pedalam para bué-bué longe, por estradas desertas e fascinantes com a casa às costas. No caso, estes amigos pedalavam pela bem bonita e empinada estrada que liga as povoações das Mós, Santo Amaro e Pocinho, no concelho de Vila Nova de Fozcôa.
Os cicloturistas tendem a procurar vias de tráfego reduzido, estradas rurais, ecopistas, ciclovias, estradões, cruzando pequenas cidades e aldeias remotas, onde costumam parar para se alimentar, descansar, pernoitar, podendo permanecer por uns dias o que tem algum impacto económico particularmente significativo nas pequenas comunidades e negócios locais. O seu modo de vida adapta-se facilmente à cultura das localidades por onde passa e visita. Palmo a palmo, pedalada a pedalada, com roteiros turísticos na mão ou modernas geringonças de orientação, não é de estranhar ver passar turistas, nacionais ou estrangeiros, livremente em bicicletas que mais parecem mulas de carga.
É a curiosidade que os motiva. É a cultura dos locais, é a beleza das paisagens, é a adrenalina e o desejo de uma vida tranquila em comunhão com a natureza. O entusiasmo de sentir o sol, a chuva e o vento na cara. Como é agradável não ter pressa e poder apreciar, com a ajuda da aventura e da vontade, o que os olhos e pernas alcançam. São momentos mágicos que não existem em nenhum pacote turístico.
Boa viagem meus amigos.