
Serra da Estrela, o Evereste português revisitado pelos ciclistas nas Bodas de Diamante da Volta Nuno Veiga/Lusa
Leio no Jornal i a crónica de Rui Miguel Tovar sobre a Volta a Portugal, que arranca hoje:
“Volta a Portugal. Em bicicleta e não só”
“Começa hoje a 75.ª edição, com 1607 quilómetros em cima de uma bicicleta e 610 km dentro de um carro, entre cidades no fim de cada uma das 11 etapas.
Preparado? Então vá, comece a pedalar: Lisboa-Lisboa, Bombarral-Aveiro, Oliveira de Azeméis-Viana do Castelo, Trofa-Fafe, Arouca-Senhora da Graça, Lousada-Oliveira do Bairro, Sertã-Castelo Branco, Termas de Monfortinho-Gouveia, Oliveira do Hospital-Seia, Sabugal-Guarda e Viseu-Viseu.
A sua respiração está ofegante? É natural, sempre são 1607 quilómetros. Ou então 2217 km, com as viagens de carros entre uma cidade e outra no fim de cada uma das 11 etapas da 75.ª edição da Volta a Portugal. Hip hip hurray, festejemos as Bodas de Diamante da prova nacional.”(continuar a ler)…
Pois é sobre este antagonismo da contemporânea mini Volta a Portugal que partilho o desabafo do meu amigo Jacinto Oliveira, no Grupo Ciclismo Urbano em Portugal, no Facebook, saudoso de outras eras, de outras voltas:
“Se bem me lembro!… Eu que sou um amante do ciclismo, e um adepto ferrenho da Volta a Portugal em Bicicleta (a maior festa desportiva para mim) recordo com saudade aquelas longas etapas que se percorria por todos os distritos (de norte a sul) de Portugal. Geralmente a partida era em Lisboa, seguíamos pelo Alentejo, o Algarve. Tavira era a cidade da grande equipa Ginásio de Tavira do grande ciclista Jorge Corvo. Passávamos por Évora, Elvas, Castelo Branco, por aí acima até à Torre. Subíamos até Bragança, Monção, Valença, Braga, sempre a eterna Senhora da Graça. Do Porto (onde tínhamos a pista de ciclismo nas Antas) seguíamos para Sangalhos, terra do Alves Barbosa e do Antonino Batista, a grande equipa de Sangalhos, e fechando a volta o términos em Lisboa. Me recordo de se fazer 2000 a 2400 km. Agora peço desculpa, chamarem hoje a volta a Portugal em que para sul de Lisboa não se vai, e depois parte das etapas são feitas em carros. Acho que estão a brincar com o ciclismo. Hoje se fazem os estádios só para o futebol, nem uma única pista temos. Deito as culpas também aos presidentes das federações de ciclismo e cicloturismo que nada fazem pelo ciclismo, querem é as cotas pagas. Desculpem este meu desabafo.”