Os ciclistas sempre andaram por aí, sempre palmilharam as ruas, descendo e subindo, apesar de muita boa gente achar que subir custa. É que querendo não custa assim tanto! O uso da bicicleta faz parte da cidade e é uma actividade importante para o processo evolutivo da mobilidade urbana, que contribui para a qualidade de vida e consolida uma mudança cultural. Quanto à mudança cultural, é importante ressalvar que a populaça está a consciencializar-se que a bicicleta humaniza a cidade. As pessoas reclamam o espaço urbano, que é seu por direito, exercendo a sua cidadania e contribuindo para uma cidade melhor.
Efectivamente, num curto passeio pela cidade de regresso a casa após o trabalho dou conta do quanto este movimento mudou a cidade. Não são apenas alguns tripeiros que aos poucos tiram a bicicleta do armário e pedalam. São muitos os turistas que calcam os pedais em bicicletas alugadas e circulam pela cidade, dando o exemplo que afinal o Porto é perfeitamente ciclável. É necessário que os gestores municipais percebam isso e renovem as prioridades. Melhorias nos pavimentos, mais circuitos cicláveis, equipamentos adequados ao estacionamento, promoção de eventos, são apenas algumas propostas. Um plano que eu saiba ainda inexistente é o de viabilizar a implantação de um sistema de partilha de bicicletas públicas. Estas são apenas algumas acções que visam sobretudo motivar a malta a deixar o carro na garagem e trocá-lo pela bicicleta com mais frequência.
Volto a insistir na permanente consciencialização dos automobilistas para a nova realidade. Aos que conduzem, aproveito para uma breve reciclagem: quando entrar no seu carro para fazer os seus afazeres lembre-se que, certamente, em menos de cinco minutos vai encontrar um ciclista a caminho do trabalho, da escola, a fazer compras ou a curtir os belos recantos naturais da cidade. E quando o ciclista circular à sua frente, não se esqueça de reduzir a velocidade e manter a distância mínima de metro e meio ao ultrapassá-lo. Ao adoptar estas simples precauções, estará não só a respeitar o ciclista como o tornará visível aos restantes utilizadores da via. Ao mesmo tempo, estará a contribuir para melhorar a mobilidade urbana e fazer da sua cidade uma cidade mais amigável, mais moderna e mais segura para todos.
Excelente texto Paulo. Parabéns.
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Obrigado Nelson
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