Na cidade, quem opta por se deslocar de carro justifica a sua preferência por critérios pessoais: o conforto, a segurança e rapidez que supostamente esse veículo lhe confere em relação a outros meios de transporte. Mas será que é mesmo assim!? Pode a opção do automóvel ser vantajosa face às outras formas de mobilidade urbana em curtos percursos? De novo, e sem nenhum esforço, no cumprimento rigoroso do Código de Estrada, provei que não é tanto assim. E, mais uma vez, o “desafio” proporcionou-se com toda a naturalidade: Carro vs. Bicicleta, Ferrari 360 vs. iNBiCLA Tripas, a lebre e a tartaruga.
Depois do expediente tenho o privilégio de diversificar o meu percurso para casa. Quando tenho tempo, e o tempo me convida, alongo-me em frouxas pedaladas pelo Douro, pela Foz, pelo Parque da Cidade, até casa. Semana passada, na minha voltinha anti-stress, deixo a ciclovia e coloco finalmente as rodas no Circuito da Boavista na Avenida da Boavista. Estou parado no semáforo vermelho e ao meu lado pára um cavallino rampante! Não resisto e tiro uma foto dos dois na pole position.
Cai a luz verde e, é claro, o Ferrari não me deu a mínima chance no arranque, e lá foi a roncar avenida acima. Uns minutos e centenas de metros mais à frente, no cruzamento da Fonte da Moura, dei com ele igual a tantos outros da mesma espécie, parado e preso a um semáforo vermelho! Valha a verdade que não é todos os dias que ultrapasso um super carro, daqueles que normalmente alguns futebolistas presunçosos gostam de exibir. Espero de novo a abertura do sinal e viro à esquerda para a Avenida Dr. Antunes Guimarães. No semáforo seguinte volto a parar no vermelho e espero. Entretanto sou surpreendido de novo pelo ronco da máquina! Seguíamos a mesma direcção! Nova oportunidade para uma foto. Encosto a Tripas e espero. Dois quilómetros e cinco minutos depois do primeiro encontro, passa finalmente o bólide a cuspir fogo!
O “desafio” não teve cunho científico, mas serve para mostrar que não é um carro de cento e muitos milhares de euros que enfrenta as diferentes situações modais no trânsito citadino e faz frente a uma reles bicicleta de uns trocados. Acabo apenas por aproveitar mais esta situação, vivida com um rasgado sorriso, querendo simplesmente demonstrar que usar a bicicleta na cidade é mais eficiente e traz vantagens em relação a quem usa um automóvel, qualquer que ele seja, mesmo sem ter considerado a ocupação do espaço urbano, a poluição atmosférica, a emissão de ruídos…
Fica aqui a prova (mais que provada). Ganhou a Tripas 😛