Recordo-me perfeitamente de toda a polémica sobre a requalificação da zona envolvente do Museu Soares dos Reis, na sequência da construção do túnel de Ceuta. Depois de vários anos de embargo, de prejuízos, de acordo com o projecto aprovado pelo IPPAR a solução de consenso para o túnel de Ceuta previa uma “praça pedonal” na frontaria do edíficio. Em vez de asfalto, seria colocado um lajeado amarelo em granito e o afastamento dos muretes de protecção do túnel da entrada do equipamento cultural (de 25 para 30 metros). O passeio teria cinco metros de largura e aos automóveis apenas seria permitida uma velocidade máxima de 30 quilómetros por hora, em frente ao museu.
Sempre discordei da solução encontrada, mas quem sou eu! Os responsáveis pelo projecto tentaram vender o conceito de que iria ser criada uma “praça pedonal” em frente ao museu. Curiosa esta ideia de espaço pedonal onde circulam e constantemente estacionam automóveis!
Todos os dias chego por lá ao meu local de trabalho e esta manhã, quando passei, mais uma vez foi este o cenário com que me deparei na frontaria do museu nacional. Foi sem surpresa que no exterior do museu vi uma exposição aparentemente legal, mais parecida com um stand, a ocupar o passeio, obrigando os peões a desviarem-se para a rua, perdão, para a praça pedonal. Como se o espaço em causa já não estivesse suficientemente destruído pelo constante estacionamento ilegal.

















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