Aqui o ciclista é um descalabro para a economia. Não comprou carro e assim não precisou de pedir dinheiro emprestado para o comprar. Não paga portagens, estacionamento, seguros, oficina… Não consome combustíveis fósseis e, como tal, não contribui para os impostos ISP, ISV, IUC… Resumidamente, aqui o ciclista não acrescenta nada ao PIB do país.

Agora, fora de tangas, nesta crise energética que não tem fim à vista, estar diariamente a levar com a lamúria generalizada da escalada do preço dos combustíveis dá vontade de dizer: “Not my problem”.
Estou a ser um pouco irónico, porque na verdade esta crise energética afecta-nos a todos, directa ou indirectamente, fazendo aumentar os preços dos bens de consumo.
Ok, nem todos podem usar bicicletas ou trotinetes, nem todos têm transportes públicos à disposição. Mas outros querem ter e também não têm em nada a vida facilitada.
Para que a opção pela bicicleta na mobilidade e acessibilidades seja possível para a maioria das pessoas, é necessária uma profunda reorganização no planeamento urbano e na requalificação das vias rodoviárias. É necessária uma aposta clara na promoção de soluções multimodais e de mobilidade partilhada, com o reforço da oferta do serviço ferroviário. Dotar as estações de interface de transporte público com estacionamento seguro para bicicletas. Incrementar e fomentar a utilização de serviços de bicicletas partilhadas. Reforçar a rede de vias cicláveis. É preciso haver a mudança de hábitos, educação e o incentivo.
Mas a minha demanda aqui é bater forte no capacete daquela malta que só dá ao pedal por estradas e trilhos ao fim-de-semana. Esquecem-se que a bicicleta é um fantástico meio de transporte. Ora, aproveitando a condição física adquirida com as pedalas desportivas, os “prós” bem que poderiam gradualmente ir “subindo a torre”, rentabilizar a tonificação das pernocas para também dar ao pedal nos chamados dias úteis, para fazer coisas também úteis. Porque não!?
Se forem levadas em conta as actividades quotidianas, como ir e voltar do local de trabalho, ir e voltar da escola, fazer umas compras ou simplesmente ir ali ao café da esquina ter com os amigos, o índice de poupança na carteira é muito mais compensador do que andar sempre de “cu tremido”. Acreditem.
Mesmo no seio do pelotão de ciclistas de fim-de-semana, há erradamente o consenso de que o ciclismo é para treinar e para o lazer, mas socialmente a sua prática está mais associada ao transporte e à utilização conjugada com outros meios de transporte, especialmente os transportes ferroviários. A ideia aqui é muito simples, é uma espécie de juntar o agradável à útil independência que só a bicicleta proporciona e assim poupar uns euros no bolso. Não tem nada que saber. Se o gasoil está pela hora da morte, é trocar o dispendioso combustível fóssil pela gratuita transpiração.
Por mim, e por mim falo, levava as gasolineiras à falência.
Pois, concordo consigo.
Há 3 anos percorro 90km de bicicleta (não é elétrica) para ir e vir do trabalho.
Isso além de economia traz consigo um preparo físico para as cloviagens que costumo fazer.
Além que a manutenção é mínima, quando comparado aos carros e outros veículos.
Outra questão importante é a saúde mental e do sistema imunitário, sabe-se que pessoas praticantes de atividade física são mais saudáveis e menos suscetíveis a adoecer.
Grata,
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Muito obrigado pelo comentário Andressa. Volta sempre.
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Em observado…
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Eu que pertenço ao tal grupo de ciclistas de fim de semana só não pedalo mais na cidade porque em muitos casos é impraticável. À porta de casa em Lisboa tenho uma avenida com 3 faixas para carros que a descem a alta velocidade, carros estacionados por todo o lado e malta nova a arriscar a vida, o que não estou para me dar ao luxo em consideração daqueles que dependem de mim. Não podia mais concordar que o paradigma das cidades tem de mudar urgentemente!
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Na minha ideia, há bastante ciclistas urbanos que circulam em Lisboa e isso é bom.
Grato pelo teu comentário Luis.
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