Caso a tarde esteja solarenga e apetecível, e eu exiba certos níveis de stress pós-laboral mais elevados, gosto de alongar o comute pós-laboral até ao Parque de Rio Tinto, descendo tranquilamente o Parque Oriental do Porto até ao Freixo para, mais à frente em Gramido, me juntar ao grupeto do rebuçado, aturando os amoques dos veteranos amigos, enquanto damos a volta ao Porto no regresso a casa.
No Parque Oriental, ao longo do curso de água do Rio Tinto que corre livremente até ao Douro, encontramos passadiços e estruturas de lazer, subsistem pequenos núcleos habitacionais, terrenos agrícolas cultivados, fauna diversa e bosques de grande valor ecológico, conferindo-lhe uma paisagem e tranquilidade encantadoras.

Ora estamos no auge da primavera, a passarada anda louca, a Natureza retoma o seu esplendor e a evolução biológica leva a que uma variada espécie de árvores disseminem as suas sementes, numa espécie de algodão que se espalha através do vento e imita um nevão, podendo durar durante semanas de acordo com as condições meteorológicas.
Leio que, e ao contrário do que se diz, este “algodão” não provoca alergia, podendo apenas causar incómodo a pessoas com hipersensibilidade cutânea. Deste modo, não é necessário o abate ou poda dos malfadados choupos que não causam problemas de saúde. Pelo contrário, auxiliam na depuração da atmosfera.
Simultaneamente, com a dispersão destas sementes, ocorre uma grande produção e libertação de pólenes de diversas espécies de gramíneas, causadora das tais reações alérgicas que afectam uma crescente parte da população. Estes pólenes não são visíveis e dispersam-se facilmente por largas centenas de metros, sendo a sua dispersão mais eficaz em dias de vento. Caso chova, as concentrações de pólenes baixarão significativamente. Então que chova, que chova bem e só à noite! – Oubistes São Pedro?