No sábado fui à aldeia, por um caminho duraDouro. Com um brilhozinho nos olhos voltei às curvas pelas velhas estradas património, EN108 e EN222. Se nos primeiros quilómetros para o interior o vale do Douro se apresentava fresco e enevoado, lentamente a manhã foi ficando mais amena e luminosa. A panorâmica ao longo do rio retomou as cores e a brisa foi me trazendo de volta os aromas característicos da primavera. Ao Lugar do Castelo, a pequenina aldeia da minha mãe, levei uma lágrima e a flor, a quem é e sempre foi uma flor. À minha espera os sorrisos calorosos de sempre e um renovado comentário de espanto.
– Vieste de bicicleta e já cá estás? Deves estar com fome!
Na mesa uma valente travessa de massa, tão amorosamente servida pela minha querida Tia Sílvia, sempre preocupada em me alimentar bem. Desta vez não fui para ficar, nem para deixar ficar uma bicicleta. Depois de duas pratadas bem servidas, das cerejas e do cafezinho, um par de horas passadas à conversa para abafar as saudades e digerir o repasto, retomei a estrada em direcção ao Porto. O vento quente já batia forte, de frente, mas eu sabia pró que ia. Sem qualquer senso de urgência teria uma boa mão cheia de horas a pedalar, invariavelmente difíceis, constantemente contemplativas. Parei sempre que tive vontade de fazer uma fotografia, trincar uma bucha e encher o cantil no estabelecimento comercial de Dona Mariazinha com uma mine preta, fresquinha a estalar.
– Então hoje veio sozinho? Olhe que o Moscatel está no frigorífico…
Um aéreo e vinte centimetros por uma garrafinha de Super Bock e duas bananas é fuel low cost, mais barato que um litro da outra super. Ok, não é combustível que chegue para carburar até chegar a casa, mas tem aditivos suficientes para seguir satisfeito. E como cheguei bem à hora de jantar, lá estava a sopinha e um arrozinho de feijão malando que me souberam tão bem como me soube aquele dia. Uma maravilha.
No domingo troquei de montada e fui iNBiCLAR numa roda de bicicletas, amigos e cervejas a copo. É que um gajo não anda pedala a àgua!
Eu confirmo essa passagem na 108… 🙂
Imagino o calor na estrada, lá para cima o clima estava “bravo”…
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àquela hora a estrada estava a começar aquecer 😛
Uma vez chegado aquele hot spot tenho de tomar decisões. Ou continuo pela 108 e gramo aquela subidinha para Santa Leucádia ou então desço ao rio para cruzar a ponte para Porto Antigo e calcar a EN 222.
Qualquer escolha é uma boa escolha 🙂
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