Tajiquistão – sabes guardar um segredo?
“Há alturas em que tenho a sensação de estar num sítio maior do que nós e a nossa compreensão das coisas, um sítio tão para lá do espaço, do tempo, da dimensão real… um sitio à parte, como uma catedral de proporções infinitas com tecto de céu. É como se a nossa presença ali fosse um sacrilégio, que os ruídos dos solavancos das bicicletas, o chiar da correntes com a falta de óleo, as respirações ofegantes nas subidas, os nossos corpos sem dias de banho – quando tudo ali devia ser pureza, excepto o som das admoestações do vento, do canto efervescente da água no seu longo percurso rumo ao oceano, do chilrear dos pássaros com o seu picotar agudo do silêncio. A estrada que pedalámos de Khorog a Shuroabad rumo a Dushanbe, atravessa um desses sítios raros, onde nada importa, só o que nos rodeia. Um sítio onde nos esquecemos de tudo para viver apenas no seguimento do que se encontra ao longo do que a estrada trilhou.” […]
(as fantásticas aventuras da Joana e do Nuno, da Nova Zelândia a Portugal em bicicleta, são desvendadas aqui)
Republicou isso em Matemática em Sobral.
GostarGostar