Sabendo que estamos muito atrás de outras sociedades europeias no que concerne ao uso da bicicleta, todavia, a cada dia que passa vejo um aumento de ciclistas na cidade. Pessoas a pedalar, tanto nas suas deslocações diárias, no treino, a passear, a turistar, onde o “andar de bicicleta” passou a ser coisa rotineira, no Porto, Gaia e Matosinhos. Há muitos novos ciclistas. Outros há que já o eram mas que entretanto mudaram o chip, dando outro rumo à bicicleta para um uso diário, no dito commute. Uma grande parte dos turistas que nos visitam alugam uma bicicleta e ganham um pretexto para conhecer os pontos quentes, passar a ponte com toda a naturalidade, usufruindo e partilhando das mais belas vistas panorâmicas sobre o Douro.
É uma evidência, os ciclistas urbanos estão presentes e em força nas nossas escassas ciclovias. Alastram-se pelas ruas, mesmo nas mais íngremes, sinuosas e fustigadas vias pela opressão automobilística. A mobilidade urbana reclama condições mais favoráveis ao transporte colectivo e aos modos suaves. Embora os automóveis sejam necessários, é incontestável que quem anda a pé ou pedala uma bicicleta tem a liberdade de enfatizar o valor desse extraordinário veículo na redução da poluição e dos malefícios do congestionamento das cidades. Parece-me necessária a redução da motorização individual, melhorar a rede de transportes públicos e dar mais condições à utilização de bicicletas, pelas óbvias razões ecológicas, económicas e de planeamento urbano. Usando a bicicleta para o transporte permite a liberdade de circular em qualquer lugar, não ter preocupações de estacionamento, tornando o ambiente urbano mais natural com o advento do ciclismo.