Para quem não sabe, o ciclismo é um dos desportos mais belos e emocionantes do mundo. Desde jovem que vibro com os despiques na alta montanha, que me empolgo com as fugas nas clássicas, fervilho com os duelos nos sprints. A televisão permite-nos acompanhar as grandes competições. As estradas por onde passa o pelotão são verdadeiros pólos de animação e incentivo aos heróis, transformados pelo público, por conta do seu desempenho e conquistas. Eu também tenho uma colecção de heróis na bicicleta, indivíduos dotados de coragem extraordinária, notabilizados por grandes feitos. O que faz o público proclamar um atleta como um herói é basicamente o ser humano ter uma habilidade superior que a média, algo que encanta o público. Para mim, para além da sua habilidade, não é apenas o facto de vencer e de se superar, mas sobretudo de o fazer com graça, com encanto.
O nosso amigo Jacinto é um alento para todos. É com um contagiante sorriso, suor à mistura e permanente boa disposição, que conquista amigos. É um verdadeiro exemplo para nós e para todos, transformando a sua alegria em incentivo, a sua capacidade em motivação. Demonstra a muito boa gente o que é ser campeão. O seu exemplo remete-nos a sentimentos ligados à infância, a um prazer simples e inestimável, pois o acto de andar de bicicleta não tem idade nem preconceitos. Ao contrário do que já lhe disseram muitas vezes, o Jacinto não tem idade para ter juízo. O Jacinto tem idade para ser o que quiser. Parabéns ao nosso jovem, cada vez mais perto das setenta primaveras e que pedala que é cá um regalo.