ar comprimido

Ontem à tarde, quando me preparava para pedalar depois um dia de trabalho, apercebi-me que tinha um problema. Ora, quando um dos pneus da bicicleta não tem ar, o viajante não deve pendurar-se em cima dela! E porque o regresso a casa pode tornar-se num simples passeio a pé com a bicicleta ao lado, mesmo sob um chuvisco persistente, percorri a curta distância a par com a bicla na mão e fui aproveitar os ares da Veloculture Palácio. Então, a frase: “A União Europeia é uma bicicleta sem ar nos pneus”, que Martin Schulz, Presidente do Parlamento Europeu, atirou esta semana para a imprensa, ecoou na minha cabeça. Sim, na prática, uma bicicleta sem ar nos pneus não vai longe, mas sempre há uma forma de o voltar a encher! E foi o que fiz com a ajuda do Ben.

os ares da Veloculture

Contudo, e voltando à frase do dito senhor, a imagem é muito complacente com as questões de equilíbrio, tanto do financeiro como do político, da União Europeia. O problema da UE, é que sendo uma bicicleta anda há muito tempo com a direcção desalinhada, corrente ferrugenta e pedais torcidos. É preciso sermos muito ingénuos para acharmos que a União Europeia é uma bicicleta, e muito menos uma bicicleta de corrida. Lá terá as suas virtudes, que até tem, mas está corroída em diversos pontos, é guiada por incompetentes, anda desafinada por burocratas e tecnocratas, que, mais do que fazer a Europa seguir em frente, andam mais preocupados com o seu umbigo e com o seu pecúlio, e menos com a União e a Europa.

…“No princípio era a solidariedade. No princípio era a ideia de que todos os membros do clube se deveriam entreajudar para caminharem para um nível de vida mais ou menos idêntico – e havia fundos estruturais específicos para isso. No princípio só havia decisões tomadas por unanimidade. No princípio as presidências da União Europeia eram rotativas semestralmente entre os Estados membros. No princípio, a Comissão Europeia era a grande defensora dos países mais pequenos e fazia o contraponto aos interesses dos grandes. No princípio havia o eixo Berlim-Paris, mas as decisões eram depois tomadas nos Conselhos Europeus.”…

Nicolau Santos
Opinião Expresso Diário 09.05.2016

Sobre paulofski

Na bicicleta. Aquilo que hoje é a minha realidade e um benefício extraordinário, eu só aprendi aos 6 anos, para deixar aos 18 e voltar a ela para me aventurar aos 40. Aos poucos fui conquistando a afeição das amigas do ambiente e o resto, bem, o resto é paisagem e absorver todo o prazer que as minhas bicicletas me têm proporcionado.
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apenas pedalar ao nosso ritmo.

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