sinais de fumo… do ar que respiramos!

poluicão automóvel

A qualidade do ar é o termo que usamos para representar o grau de poluição no ar que respiramos. A poluição atmosférica é provocada por uma mistura de substâncias lançadas no ar, gases nocivos resultantes de reacções químicas, naturais ou poluentes, e que alteram o ambiente. Estas substâncias poluentes podem ter maior ou menor impacto na qualidade do ar consoante a sua composição química, concentração, massa de ar e condições meteorológicas. A poluição afecta de sobremaneira a nossa saúde, com principal incidência nos grupos mais sensíveis, cuja capacidade respiratória se encontra em formação, no caso das crianças, ou debilitada, no caso de pessoas idosos e dos que sofrem de doenças respiratórias crónicas.

Em época de industrialização globalizada, onde insistentemente se fala do efeito estufa, de chuvas ácidas, do aquecimento global, consequência em larga medida da poluição produzida por veículos automóveis, nada mais sensato que promover o uso da bicicleta como meio de transporte urbano. Além de todos os benefícios que as pedalas nos oferecem, principalmente nas grandes cidades onde os engarrafamentos são corriqueiros, a bicicleta contribui não só para preservar a qualidade do ar, como é muitas vezes mais rápida do que todos os meios de transportes urbanos. Mas isso já nós sabemos.

“Olha lá, ao andar de bicicleta não vais respirar mais poluição?”

Pois a resposta é um categórico não. Por incrível que possa parecer, mesmo a pedalar por artérias congestionadas, de CO2 e outros venenos, ainda assim inalaremos menos partículas poluentes do que alguém que esteja dentro de um carro com os vidros fechados. Um dos argumentos que já ouvi como desculpa para desmotivar o uso da bicicleta é que pedalar nas ruas de uma grande cidade faz mal para a saúde por causa da poluição. É óbvio que pedalar no meio do mato é bem mais agradável do que pedalar por ruas fumarentas, assim como morar no campo é mais saudável do que numa metrópole, no entanto acontece que muitas das pessoas que reclamam da poluição são as primeiras a poluir, usam o automóvel para tudo e mais alguma coisa!

Alguns afirmam que o ciclista “respira mais” que um sedentário automobilista, o que de certa forma não deixa de ter a sua razão, mas não é por isso que ele inala mais poluentes, principalmente por não estar protegido por uma caixa de metal e vidro. Nas horas de ponta a bicicleta é mais rápida que o carro, portanto um condutor no meio de um engarrafamento passa mais tempo dentro do carro e respira por mais tempo o ar poluído do que se estivesse no selim de uma bicicleta, o que por si só iguala a quantidade total de ar respirado com a de quem respira em maior quantidade, durante menos tempo. E essa questão, o do volume de ar inalado, nem merece grande discussão por partir da premissa de que uma forma de evitar a poluição seria respirar menos e continuar poluindo, uma total contrariedade e um completo absurdo.

Nas ciclovias a concentração de poluentes é um pouco menor. Respiramos um ar melhorzinho do que quem está dentro de um carro, na avenida ao lado. Em vias de menor tráfego, com menor aceleração, com menor circulação de veículos pesados e mais poluentes, há menor concentração de ar poluido. Portanto, se optarmos pelas vias de menor tráfego inalamos um ar menos poluido. No entanto, uma grande parte de partículas poluentes, da fuligem, permanece concentrada no ar praticamente invisivel, e isso todos respiramos, quer estejamos a pé, de bicicleta ou ao volante. Isso mesmo verifiquei quando Sua Alteza começou a exibir um robusto bigode!

Alteza com bigode

Está no entanto comprovado que no interior do carro, no meio de um engarrafamento, o ar é poluído, tanto ou mais que no exterior. A qualidade do ar de dentro do carro tem uma concentração de poluentes bem maior que do lado de fora, porque dentro do carro os poluentes não se dissipam. Os filtros e o ar condicionado do carro não impedem a entrada de poluentes. O automóvel não é um cubículo selado e mesmo com as janelas fechadas, embora haja alguma diminuição na entrada de gases poluentes, o ar está contaminado. Como os gases não se dissipam e não têm por onde sair, acabam sendo inalados pelos ocupantes. Pode-se facilmente comprovar isso ao fechar as entradas de ar de um veículo e permanecer alguns instantes atrás de outro que deite bastante fumo. O CO2 será notado dentro do carro e permanecerá lá por bastante tempo, mesmo tendo-se afastado do causador do problema.

Podendo haver algum prejuízo na sua comodidade, fleuma, ou stress, inspire fundo, pense bem e ajude a reduzir a poluição, pois todos saímos a ganhar. Muitas das viagens de automóvel que fazemos não são necessárias. Respirar faz parte da vida e, como tal, se o ar está poluído temos de ser nós a agir e contribuir com a nossa cota-parte. Replico, uma das formas mais simples e recomendadas para reduzir a poluição do ar é trocar o carro e caminhar mais, usar meios alternativos de locomoção e mais amnigos do ambiente, como a bicicleta, o metro, os transportes públicos mais ecológicos, carroça puxada a cavalo…

Não temos de nos preocupar em respirar menos e sim em poluir menos.

Sobre paulofski

Na bicicleta. Aquilo que hoje é a minha realidade e um benefício extraordinário, eu só aprendi aos 6 anos, para deixar aos 18 e voltar a ela para me aventurar aos 40. Aos poucos fui conquistando a afeição das amigas do ambiente e o resto, bem, o resto é paisagem e absorver todo o prazer que as minhas bicicletas me têm proporcionado.
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apenas pedalar ao nosso ritmo.

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