Semana passada estive ausente porque fui passar um bom bocado lá para terras a sul do reino e algarves. Já me haviam contado que Vilamoura tem uma das melhores redes de ciclovias de Portugal, o que torna aquela zona do Algarve um ponto de passagem obrigatório para os amantes das pedaladas. Também me constou que possui um dos projectos de maior sucesso de uso partilhado de bicicletas. Confesso que não foi essa a principal razão da minha escolha. A coisa proporcionou-se, digamos assim. Sou apologista do “vá pra fora cá dentro” e procuro desfrutar alguns dos prazeres que o nosso país tem para oferecer. Gosto mais da costa algarvia em Maio ou Setembro, meses recomendáveis para uma semaninha de pleno dolce fare niente com a família. Fiz-me então à auto-estrada sem no entanto levar as bicicletas penduradas no tejadilho da viatura.
Não ia a Vilamoura fazia muito tempo. Assim que lá cheguei, fiquei bem impressionado especialmente com as estruturas urbanas. Tudo por ali é plano e tem todas as condições para o uso da bicicleta. Com uma notável política de mobilidade, apoiada pelo sistema alargado de partilha de bicicletas, a rede cicloviária pintada pela cidade gerou utilizadores e, por conseguinte desde logo visível, gerou massa crítica. Desde a última vez que estendi a toalha na Praia da Falésia, o transporte em bicicleta foi colocado no centro das prioridades, foram construídas ciclopistas (mais de 20 km) ao longo de quase todas as estradas, foram rasgadas ciclovias em jardins e parques, onde para além de andar de bicicleta pode-se caminhar e praticar desporto de manutenção.
Mostrar uma pedaleira chique é também o que está a dar. Já se percebia a nova tendência que é dar ao pedal em redor daquele ambiente cosmopolita, à volta dos iates. Dar nas vistas desde a saída do hotel até ao campo de golfe. Um outro estilo mais in se sobressai aos vidros escuros de um qualquer topo de gama. Embora tenha sido obrigado a desviar-me de automóveis a mais, sobretudo em redor da marina, certamente que lá mais para o Verão, numa altura em que a afluência terá o seu boom e onde os parques não chegarão para tanto carro, certamente o apelo à mobilidade ecológica terá um novo significado.
É certo que são os resortes de luxo, a marina, os iates, os campos de golfe, que dão uma quota-parte significante à riqueza e ostentação de todo o cenário. E dão também turistas, alguns residentes e muitos de ocasião, sobretudo oriundos de países onde é muito apreciável o uso regular da bicicleta. De qualquer forma, e apesar do descapotável com volante à direita estacionado em cima de uma das ciclopistas, agradou-me sobremaneira a quantidade de residentes (nacionais e estrangeiros) que dão às perninhas. Mesmo que tenham desenhado ciclovias disparatadas e desnecessárias em cima de passeios, das passadeiras, ou que acabam em nenhures. Também lá foram plantados, especialmente à entrada das praias, os famigerados estacionamentos empena rodas. Vilamoura nasceu como zona essencialmente turística e com o evoluir dos tempos adquiriu uma nova maneira de encarar um urbanismo moderno e sustentável. Quero crer que com um pouco mais de experiência se verificará uma melhor implementação de medidas adequadas às necessidades do ciclista.
Desejei uma estadia tranquila, estender-me ao sol e permanecer espreguiçado à borda da piscina, que nem um dragão saciado, mas sempre que era obrigado a mover-me, o raio das biclas brancas cheias de estilo acicatavam-me. Aí, o cérebro coagiu-me sair daquela modorra, dar rodagem às pernas com umas pedaladas pela região, ir à praia e ir ao pão. Por todo o lado lá estavam elas, 200 bicicletas brancas espalhadas por Vilamoura, estacionadas nas 32 estações ou a rodar silenciosamente e cheias de estilo pelas ciclovias. Então levantei o pandeiro e fui cuscar o tão proclamado sistema de partilha de bicicletas.
Numa rápida análise inicial, o Vilamoura Public Bikes não me pareceu nada informativo. Quando procurei tirar uma bicicleta do descanso percebi que muito dificilmente iria sair dali cheio de cagança a pedalar. Na página electrónica da Inframoura fui informado que com um cartão poderia levar uma bicicleta por períodos ilimitados, num máximo de 45 minutos em cada utilização. Fiquei também a saber que quem pode usufruir deste serviço são os residentes e os proprietários. Os turistas também são incluídos, mas terão que solicitar os cartões de utilização às unidades hoteleiras ou proprietários dos empreendimentos onde estão hospedados! Fui então procurar saber na recepção do village empreendimento onde me instalei que me confirmaram tudo isso e ofereceram-me um prospectozinho mas para alugar biclas de uma loja! “Mas então, e o sistema de partilha…!?” “Ah, e tal, não temos cartões do sistema porque faz concorrência aos nossos colaboradores…”! Pronto, já vi que por causa das leis do mercado não ia ter hipóteses de alapar o rabo no selim das “pedaleiras”. O sistema só permite a utilização pelo visitante sazonal caso o proprietário do empreendimento onde esteja hospedado ceda um cartão de utilização, o que não era o caso.
Com a chegada do Verão, o sistema talvez se torne incapaz de responder à procura. Calculo que seja uma das razões para o preceito escolhido que, caso assim seja, é sinal que o sistema de partilha está a ter sucesso. Desisti entretanto da ideia das biclas partilhadas e aderi ao vulgar sistema de aluguer, que coloca à disposição do cliente uma frota bastante completa e variada, a preços razoáveis e boas condições de utilização. Aluguei duas bêtêtês. As que me calharam em sorte tinham bastante uso mas chegaram-me às mãos bem afinadas. Pretendia pedalar na companhia do meu filho, com mais garantia e menos percalços, pelos trilhos do Parque Ambiental, nas ruas e ciclovias de Vilamoura, palmilhando meio concelho de Loulé, da Quarteira às Açoteias. Aconselho vivamente.
olá
Também vou passar la uns dias e não tenho os cartões… Podes-me dizer onde alugas-te as bicicletas e o preço?
Obrigado
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Olá… desculpa, não sei o teu nome!
Aluguei as biclas na BikeLand:
http://www.bikeland.pt/shop/rent-a-bike/aluguer-de-bicicletas
Tem uma grande variedade de opções e de preços. O recepcionista do empreendimento fez o contacto telefónico, as bicicletas foram-me entregues à hora marcada e fiz o pagamento. No regulamento diz que “Cartão de Crédito é necessário como caução”. Na entrega das biclas não mo pediram! Disponibilizam também capacete e cadeado.
Espero ter ajudado
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MT obrigado pela informação
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sempre às ordens Hugo
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buena informacion… el sistema de inframoura es una locura con tan buenas bicis no estan al alcance de los turista o personas que vivan fuera de villamoura.
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