
Para lá da cidade há uma longa e sinuosa estrada à nossa espera. Pedalar num lugar isolado traz uma sensação de paz que raramente se sente em outro lugar. Sem carros à vista, a bicicleta rola preguiçosa, num caminho tortuoso a um ritmo relaxante. O poder da corrente combinada com a energia dos músculos cria um corpo em movimento composto por um mortal e uma máquina. É um momento em que o ciclista e a bicicleta se fundem num só. É a Natureza que liberta, são sentidos que despertam, pensamentos e memórias de lugares distantes, de tempos passados que passam fugazmente como cenas de um filme intemporal. Flutuando através de um microcosmos para lá do tempo e do espaço, girando numa órbita através da eternidade, cortando o ar e deslizando por um espaço sideral. Não é apenas o ar audível acima da cabeça, do vento zumbindo através das aberturas do capacete. É o som do coração que bate, do ar exalado pelo fôlego, do canto metálico do pinhão que espera girar. É o movimento ao longo de uma linha invisível criada pelo equilíbrio perfeito.














