a testar os mercados e a matar o frio, expressivamente num dois em um

Para bolinar e aquecer um pouco sob este sol primaveril, ao longo da marginal até Matosinhos, basta despegar a horas decentes (regalia de que não prescindo) e pedalar muito. Em suma, vou dar uma “granda bolta” só para comprar umas maças suculentas para o lanche  e rapar um frio do caraças enquanto dou duas de letra com os duendes na megastore. Pode-se então dizer que vou pedalar para testar os mercados, que não os financeiros! No entanto, invariavelmente, não saio de lá sem lutar contra o relógio ou enriquecer o meu espólio Velo com coisas bué de fixes. E prontos, cá estou eu a cumprir a minha auto-infligida incumbência de vir a correr escrever neste pasquim após a minha visita, e isso só porque enfiei o barrete, não no termo idiomático da coisa, mas dizer que finalmente coloquei sob a minha cabeçorra o meu boné de gajos gordos que voam!

Segue-se uma cópia ilegal onde se revela como se coça a micose para, entre outras criminalidades que por lá se praticam, “matar o frio”:

A loja exterior 46A do Mercado Municipal de Matosinhos (ou MMM), já foi uma loja de sementes. Foi uma loja de sementes, mas poderia ter sido muitas outras coisas. Desconfiamos que podia ter servido como armazém frigorífico, por exemplo. É que aqui, somos obrigados a ter um pouco ecológico aquecedor permanentemente ligado para não raparmos um frio do pior que consigam imaginar. Como diz uma amiga nossa, “aí uma pessoa não envelhece”.

Foi por isso que, a pensar na conta da electricidade e também porque às vezes ficam fartos de se aturar uns aos outros, os duendes decidiram arranjar uma forma de se manterem quentinhos, sem poucas vergonhas.

É esta a história do velódromo MMM. Aproveitando-se a matéria-prima, solta-se o espírito Velo e, logo desde o primeiro dia, realiza-se uma competição em modo time-trial, que consiste em dar uma volta cronometrada ao Mercado, cujos resultados individuais vão sendo apontados num quadro de lousa. É uma competição mais viável e com mais factor “fixe” do que o Bike Quiddich. Alguns clientes já aderiram e um deles até chegou a ter o record.

O circuito, oval, é constituído pelos seguintes elementos:

Subida da Ponte, “Grande Prémio Velo Culture” ou Reta da Meta

O ponto de partida do Velódromo MMM é uma tampa de saneamento em frente à nossa loja. Basicamente é uma partida parada, o que complica a coisa aos duendes que andam de fixed-gear e têm que arrancar com os pés presos. É também a reta final, onde é necessário um sprint a subir. Normalmente não tem carros.

Curva da Encruzilhada

Confluência da saída da ponte com três ruas, todas no mesmo sentido. É uma falsa curva fácil, já que os carros podem aparecer com alguma velocidade vindos da esquerda.

Reta dos Sapatos ou Chicane Surpresa

Logo depois da Curva da Encruzilhada aparece o primeiro grande momento de aceleração, contrariado na maioria das vezes por uma grande confusão de camiões a carregar e a descarregar coisas para o MMM. Normalmente há um efeito chicane, mas nunca sabemos qual é a configuração durante os segundos da passagem.

Curva dos Velhotes sem Nada que Fazer

Logo depois da Chicane Surpresa entramos na Curva dos Velhotes sem Nada que Fazer. O nome deve-se a estar sempre um velhote (nunca o mesmo) parado no passeio em frente à passadeira, mas que não quer atravessar a rua. Tem um efeito positivo no “trafic calming”, já que toda a gente pára e insiste muito para ele atravessar a rua. Esta curva é a rampa de lançamento para a colina do Santo Amaro.

Rampa do Santo Amaro

Uma verdadeira rampa, que passa em frente à Casa Santo Amaro, onde o pessoal da Velo Culture costuma almoçar. Conseguem-se velocidades fabulosas. A reta termina na Curva do Metro, que é precedida de uma passadeira gigante.

Já dissemos que o percurso é todo em paralelo e que por aqui costuma orvalhar muito?

Curva do Metro

O nome parece pouco original e o freguês já adivinhou que se trata de uma curva perto da Estação de Metro. Contudo, não podíamos deixar de lhe dar este nome, já que as condições do seu acesso fazem com que haja um medo permanente de a não conseguir ir fazer e ir parar ao meio da linha.

Se a conseguirmos fazer, entramos na reta da morte.

Reta da Morte

Pequeno segmento onde entramos depois da Curva do Metro. É estreita e há normalmente carros estacionados. Nesta altura, o ciclista já só faz contas à energia que lhe resta para entrar novamente na Subida da Ponte.

Curva Bollycao

Todas as calorias ingeridas durante o dia vão ser imporantes para fazer esta curva e levantar o rabo do selim para o último arranque em força em direcção ao sprint final. É normalmente o momento que separa os homens dos meninos.

No próximo video podem ver o Paulo a fazer a Curva Bollycao depois da volta que lhe valeu o recorde durante uma semana.

N.d.r., e isto já sou eu a dizer: Tal como na Volta a Portugal, na volta ao Mercado a camisola laranja é o símbolo do líder da juventude.

Sobre paulofski

Na bicicleta. Aquilo que hoje é a minha realidade e um benefício extraordinário, eu só aprendi aos 6 anos, para deixar aos 18 e voltar a ela para me aventurar aos 40. Aos poucos fui conquistando a afeição das amigas do ambiente e o resto, bem, o resto é paisagem e absorver todo o prazer que as minhas bicicletas me têm proporcionado.
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apenas pedalar ao nosso ritmo.

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