
Cidade Cooperativa da Prelada
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” A cidade é a rua. Isso é tão claro!
A casa é o lar: lugar do cidadão, da família, do exercício da nossa individualidade. Habitat do núcleo familiar ou do indivíduo que escolheu estar consigo mesmo.
A rua é o lugar do coletivo. Da convivência, das relações sociais. Das necessidades do ser gregário que somos.
Claro, que, em linhas gerais. Há atividades do indivíduo nas ruas e do coletivo nas habitações, mas são exceções à regra.”
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“Qualquer coisa que tire a pessoa das ruas empobrece a cidade. Logo, quando construímos uma cidade baseada no carro, no medo e no refúgio dos prédios, estamos negando a sua própria identidade. A cidade perde o sentido. Transforma-se em um conjunto de prédios que nos abrigam.
Além do carro e do medo, hoje patologias da grande maioria das metrópoles, há o desafio do mundo virtual que, mal usado, é uma grande falácia; um autoengano grave.”
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” A rua é o local onde a cidade se define. Por isso, ter calçadas decentes, parques, praças limpas, ciclovias que permitem curtir a cidade em ritmo humano, mesas nas calçadas, bancos são equipamentos fundamentais. A estética é fundamental: ter uma cidade bonita.
Contudo, mais do que a estética, eles valem pela funcionalidade. Reúnem as pessoas, permitem a fruição da vida.”
in A cidade é a rua, crónica imperdível de José Luiz Portella.