Desta vez a provocação foi-me dirigida pelo nosso amigo tasqueiro. O Miguel sugeriu-me fazer em grupo o Porto-Santiago a pedal, o que de imediato topei.
Para uma viagem tripartida por vários dias e km’s q.b., atravessando bosques, passando por aldeias minhotas e paisagens galegas, o calçado que a Etielbina usa para as minhas urbanidades não se coaduna com calhaus soltos e caminhos de cabras. Vai daí, matutei qual seria o pneumático mais em conta dos chamados “cross country”. Pesquisei e encontrei umas solas em conta para empreender tal viagem. E antes mesmo de dar ao pedal até à mega-superfície-das-coisas-jeitosas, dei um pouco mais às teclas até encontrar os alforges (coisa que já havia pensado sem ter ainda encontrado as ideais). A velha mochila que usava pendurada no bagageiro lá ia desenrascando mas o que eu preciso é de uma coisa de qualidade, razoável capacidade de carga, que desse para se separar e usar um de cada vez. Touché.
– E porque não vais lá!? Olha, até que não é mal pensado, não senhor! Depois do propósito, bastava-me delinear o percurso até à dita cuja mega-coisa para as bandas de Santa Cruz do Bispo. Como entretanto me dava jeito passar por casa, tomei o percurso habitual. De lá segui pela nova via até à movimentada Estrada da Circunvalação para rumar em direcção ao mar. Passado o cabo das tormentas da Rotunda AEP, a bicicleta já voava impulsionada pela gravidade e, aqui e acolá, pelas minhas pernas. Ao largo do Parque da Cidade entrei em Matosinhos, tendo o bónus de mais à frente poder apreciar as barraquinhas montadas para as festas do Senhor do mesmo. Em Leixões desviei para a ponte móvel que, se estiver aberta, atravessa-se na maior das facilidades. Já do lado de lá, em Leça, coloquei as rodas na única ciclóvia existente e rumei em direcção à Quinta da Conceição para depois esbaforir avenida da Exponor acima. Um pouco mais à frente entrei na wonderland para muitos, na quase neverland para mim. E como já sabia ao que ia, demorei pouco tempo às compras e num instantinho deixei a bina de ancas largas.
De sacolas instaladas no lombo da bicha, pneus novos lá dentro e tudo, retornei pelo mesmo caminho e, como tudo o que sobe também desce, quando dei por mim já estava de novo a atravessar o porto de Leixões. Sem pressas, aproveitei para ver as modas na praia de Matosinhos e também deglutir um suplemento energético. O magnum de amêndoa nem teve hipóteses, glup, e o ar do mar ajudou também a absorver energias para a última fase da jornada.
Já a pedalar pelos carreiros do Parque da Cidade deu para notar que a Etielbina, a continuar assim, um dia terá de ir ao “peso pesado”. E pronto, tocou subir avenida da Boavista e ainda me dispus a uma boa suadeira numa sã competição com automobilistas de ocasião quase até casa. Assim, a preparação física e o test-drive à máquina prosseguem ao melhor dos ritmos.
E quem quiser espreitar está aqui o mapa da etapa do final do dia.
Fantástico Paulo! Can’t wait.
Abraço!
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Paulo, não queres fazer um mapa no google deste percurso para colocar no blogue? Tenho poucas coisas mapeadas para os lados de Matosinhos.
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O mapa que está no post foi um bocado mal ajambrado. Foi o que pude fazer na torradeira do gabinete. Vou tentar fazer um melhorzito.
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