fotocycle [269] a paragem

Adivinho a sua aproximação, ao fundo, na escuridão repentina do firmamento. Acelero a cadência, entre o trânsito estagnado e o vento agitado. Pelas minhas contas terei pelo menos mais dez minutos a descoberto. Esparsas e geladas, pingam grossas as gotas que se desfazem na minha testa. Não estranho que nos cruzemos num ponto indefinido a meio do percurso, mas desta vez eu não estava precavido para os humores do clima. “Fogo… ainda agora estava sol, carago!”. Já muito perto do destino refugio-me num exíguo resguardo, lotado e embaciado. Fico a salvo da repentina enxurrada. Uma roliça senhora invade também o abrigo. Dando pequenos passos para trás, vai-me empurrando com o rabo. Com um olhar indiscreto fita o ciclista e questiona-me, com firmeza.

“Sabe se demora muito para passar o 205”?

Não sei minha senhora! Eu não estou à espera do autocarro… só estou à espera que a chuva passe.

Sobre paulofski

Na bicicleta. Aquilo que hoje é a minha realidade e um benefício extraordinário, eu só aprendi aos 6 anos, para deixar aos 18 e voltar a ela para me aventurar aos 40. Aos poucos fui conquistando a afeição das amigas do ambiente e o resto, bem, o resto é paisagem e absorver todo o prazer que as minhas bicicletas me têm proporcionado.
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apenas pedalar ao nosso ritmo.

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