Leio aqui que mais uma empresa, esta da Nova Zelândia, incentiva os seus funcionários a irem de bicicleta para o trabalho. E como? A agência de publicidade Make Collective decidiu pagar 5 dólares por dia aos trabalhadores que trocarem o carro pela bicicleta nas deslocações para o trabalho. E caso o funcionário cumpra esse hábito pelo menos durante seis meses, o valor será duplicado e dado como um bónus no final do ano. Dizem que esta estratégia é um convite para a mudança de hábitos, não para usar a bicicleta de vez em quando mas sim todos os dias.
“Por um tempo, pensei que seria bom incentivar o ciclismo de alguma forma, eu sou um ciclista apaixonado e o dinheiro é claramente o incentivo mais óbvio”,
disse Tim Chesney, da agência de publicidade Make Collective.
O desafio está a ter adesão dos trabalhadores que contam com um bónus na remuneração no final do mês. Elliot Gilmore, um dos funcionários, disse:
“No início, achei difícil ir trabalhar de bicicleta, mas depois, impulsionado pelo desejo de fazer disso uma coisa normal, agora vejo vantagens tanto para o bolso como para a saúde.”
De referir que a cidade de Christchurch tem mais ciclistas do que qualquer outro centro habitado da Nova Zelândia, que contam com 13 grandes ciclovias que atravessam a maior parte da cidade.
“Ah, assim também eu!”, ouço de malta amiga das biclas que vai de popó para o emprego. “Se me pagassem se calhar também o fazia!”. Eu simplesmente respondo que já o faço diariamente, há largos anos, e sem precisar que a minha entidade laboral me pague um subsídio para o fazer.
Não é a primeira vez que leio notícias onde governos e empresas, um pouco por todo o estrangeiro, promovem iniciativas do género para a mobilidade suave, para aqueles que escolhem diariamente a bicicleta no seu commute laboral. O objectivo é claro: benefícios óbvios para a saúde e forma física do pessoal, poluir menos, reduzir o tráfego e ter cidades mais sustentáveis.
Cá pela terrinha dos tesos isto é impensável. Seria um pesadelo para o governo, para os políticos e para os lobistas, perder as receitas fiscais e comerciais geradas pelo petróleo e pelos carros. A política em relação ao ciclista é muito simples: vê-lo longe, a praticar o seu bêtêtê nas ecopistas das antigas ferrovias ou então aterrorizado para que não se atreva a aventurar-se de bicla pelas ruas e estradas. Lógico: o ciclista urbano e extra-urbano desloca-se sem praticamente largar um cêntimo para toda essa corja de predadores, para quem as alterações climáticas, a poluição do ar e o congestionamento rodoviário não é problema!
Tudo que seja entrar em confronto com o “mundo automóvel” é uma batalha quase sempre perdida!!! Vais desde a legislação aos equipamentos…
Se calhar o dinheiro que acabam por arrecadar por via dos impostos nos produtos petroliferos, portagens, etc… é bem inferior aquele que gastam na saúde por não incentivarem a população a deixar o sedentarismo e comodismo!
Um bom fim de semana Paulo
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