Não sou grande entendido nas relações humanas mas desde que recomecei a pedalar percebi que os seus utilizadores, embora focados na mesma prática de dar ao pedal, detêm algumas características e comportamentos muito distintos uns dos outros. Na estrada nunca encontrei uma comunidade tão unida e receptiva quanto a dos guerreiros do asfalto. Nas montanhas, os aventureiros de todo o terreno têm uma espécie de conduta, de auxílio e partilha invulgares. Quando definitivamente optei pela bicicleta para ir e vir do trabalho, para definitivamente ser o meu modo de transporte urbano, conheci a Massa Crítica, pessoal fixe com quem troco muitas informações a respeito das biclas, das experiências, apetrechos, rotas, sucessos, dicas, lugares porreiros para pedalar e por aí fora. Com ou sem licra, nunca fiz parte exclusiva de um grupo. Gozo do prazer de pedalar, sob o aço ou outra fibra, sem a necessidade de me integrar numa tribo. No mundo das bicicletas, uma característica interessante e que me atrai é que não existe distinção entre nós, ou pelo menos não deveria. Comigo não existe essa coisa dos esteriotipos. Para mim todos os que pedalam e com quem pedalo são tipos fixes. O gosto pelo pedal é o ponto comum e isso é quanto basta. A única distinção que existe dá-se na diferença de comportamentos, e andamentos, mas nisso dos comportamentos eu sempre tive de me ajustar.
Bom fim de semana