
Quando se está no selim de uma bicicleta não há nada entre nós e o mundo que nos rodeia. Apenas o ar que nos torna vivos, vulneráveis e livres. O ambiente chega-nos espontâneo, envolve-nos com tudo ao redor. Não há vidro, não há metal, não há interior climatizado que nos contenha a liberdade e o tempo. Em movimento exploramos o universo: uma estrada, uma montanha, uma cidade, tudo o que nos chega e tem para nos oferecer. Os nossos sentidos são seduzidos a cada pedalada. É maravilhosa a sensação do vento na pele e no cabelo. Ao rodar os pedais para a frente levamos uma bofetada de estímulos sensoriais que alimentam o nosso corpo. A música que ouvimos, esse coro de risos e vozes, medley sonoro da natureza com ruídos da cidade, uma doce canção que nos fica na cabeça por muito tempo. O furor dos aromas que nos invade as narinas, não apenas o perfume das flores mas também a maresia, do pão que está a ser cozido, da chuva fresca no asfalto quente. Maravilhosos os contornos do horizonte, um padrão definido no céu, o fogo do pôr-do-sol, os pontos turísticos da cidade que especialmente se ama, as expressões nos rostos das pessoas, um qualquer pormenor que nos prenda a atenção. Às vezes o ar é pesado, às vezes é mais húmido, um quente e frio que nos faz arrepiar caminho. Não precisas de ser mais rápido, apenas sentir-te vivo, decidir e optar seguir no nosso próprio ritmo. E tudo isto cria mente e imaginação, um dos mais simples e agradáveis actos que é a alegria de andar de bicicleta.



![fotocycle [278] Pai Natal e o Avô já pedalam pela cidade](https://i0.wp.com/dgtzuqphqg23d.cloudfront.net/H0p3Qixkh6ytZQv4wRWnbw6iA2MHlcZzCllVPb3MSq8-2048x1536.jpg?resize=200%2C200&ssl=1)
















Não diria melhor Paulo…
Um fim de semana sobre rodas para ti, abraço
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