Às sete e quarenta e cinco dou-lhe a mão, juntos descemos no elevador, abro-lhe a porta do prédio e fico a ouvir a passarada, respirando o ar fresco e pensando nos prazeres de estar na bicicleta, girando as pernas ao ritmo do meu próprio vapor. Às oito e pico, ao ligar o computador ou quando bebo um café, parece-me estranho, suponho, estar sistematicamente a responder que “sim, vim a pedalar!”. Para quem acordou às seis da matina e se arrastou para fora da cama, desceu as escadas e saiu pela garagem sem sentir a temperatura gélida na cara nem ouvir o som do vento, perscrutar pelas janelas do carro um ciclista a ultrapassá-lo, deveria invejar a sensação fantástica e boa disposição com que chego para trabalhar. “Então e o doutor, só chegou agora!?”, devolvo com um bom dia. Mesmo que aligeirada e rotineira, a pedalada matinal é uma sensação maravilhosa. Frases do tipo, “fazes tu muito bem” ou “gostaria de ter essa sorte” são conversas a que vou estando habituado…
Têm sido dias de bastante chuva, e agora que a luz do sol invadiu definitivamente estas manhãs de Fevereiro há que aproveitar para secar as húmidades.
Muito bom!
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