Desta vez, foi com o Rafael a pedalar a meu lado que cumpri um ritual domingueiro, a costumeira pedalada ao longo do rio e da orla marítima, entre a minha casa, no Porto, e a casa paterna, na Praia da Madalena.
Levo grande parte da minha vida na bicicleta. E as minhas bicicletas não param, mesmo quando há barreiras no caminho. Assim como a saudade, as dificuldades são passageiras. Com as bicicletas não estamos dependentes de horários, autocarros, ou outros meios de transporte que nos levem onde queremos ir.
Depois do lanche no regresso a casa, encontramos três amigos das pedaladas, ainda do lado de Gaia, na Douro Marina. Com eles formamos um mini pelotão e pedalamos juntos até à Ribeira. Foi então que o Rafa sugeriu atalhar caminho para casa e decidiu aproveitar o funicular(*). Eu não tinha pressa e, entre outras, tinha duas alternativas para chegar a casa. Ou seguia para jusante e seria premiado com o nosso mágico pôr-do-sol, ou seguia para montante e teria a companhia por mais algum tempo dos amigos do pedal, até ao Freixo. Depois, nessa volta ao Porto, tive de gramar com a N12, a estonteante Estrada da Circunvalação, mas que ao Domingo é uma mansidão, um estranho silêncio apenas cortado pelas sonoras badaladas de uma igreja. E estava quase na hora do jogo no Dragão, e… e porque não!?
Assim se proporcionou a primeira ocasião que fui de bicicleta ao Dragão, para assistir a um jogo do meu FêCêPê. Rumei a pedalada para lá, entrei na praça que circunda o estádio e procurei um dos parques para bicicletas recentemente instalados. Encontrei o mais próximo da minha entrada, encostei a bicicleta ao topo do empena rodas (de outra forma o U-Lock não serve para nada) e entrei mesmo a tempo do pontapé de saída. Para além da minha bicla outra lá ficou aparcada. Não vi a lotação dos outros parques mas não duvido que estivessem vazios. O estádio está bem servido de transportes públicos, o Metro transporta a maior fatia dos milhares de adeptos que vão à bola. Por outro lado, pena é que sejam dos típicos parques empena rodas, não oferecem segurança ao material e não deixam prender convenientemente as bicicletas. Estão espalhados pelo estádio e pertinho das entradas, mas perigosamente colocados junto ao fluxo do magote que saí a correr no final da partida.
(*) Caso tenham reparado, deixei um lembrete a meio do texto para fazer um reparo. Como havia dito, o Rafa pretendeu aproveitar o Funicular dos Guindais e subir a cota com a bicla, à Praça da Batalha. Pois muito bem, o meu filho foi impedido de o fazer! Não que não estivesse munido de um Andante (cartão azul) carregado de viagens e convenientemente validado! Ao que parece não é suficientemente VIP para viajar com a bicicleta no funicular, porque só os “sócios” de Andante Gold o podem fazer (vem ao caso que ele até tem o dito passe, mas está sem utilização nos últimos meses). E pronto, é o serviço que temos direito, cheira-me que o funicular está lá para turista ver e não é certamente para servir o pobo. Assim lá teve ele de dar à perna e fazer um desviozinho pela Mouzinho, sempre fica mais barato.