Quando optamos pela bicicleta, todos os dias para chegar ao trabalho, ou para outro destino habitual, passamos a conhecer cada atalho, cada buraco no asfalto, cada tampa de esgoto, cada frustrado enlouquecido vertendo ódio, entre outros tantos percalços e transtornos que tornam a pedalada uma aventura a toda prova. Mas, como nos viciamos nesta modalidade, nesta opção de vida tão saudável e rentável, não existem transtornos que nos convençam a optar sistematicamente pela latinha de quatro rodas.
Eu, decididamente, sou adepto da bicicleta, já me acostumei com esta visão ampla do mundo. Não me espanto mais por ter visto coisas que os autoimobilizados nunca vêem, conhecer caminhos diferentes e mais interessantes, enfim, ter os olhos abertos, olhos de ver.
Hoje tirei de casa a minha estradeira, para quando encerrar o expediente sair em longas pedaladas. À minha frente pedalava um conhecido amigo. Chego perto, coloco-me a par e saúdo-o. Ao fundo da rua, no cruzamento, uma fila de carros bufarava no vermelho. Continuei a par e à conversa. Uma estridente buzinadela, uma tangente desnecessária, um tipo mal disposto que nos fecha com o carro. Trava logo a seguir no fim da fila. Não seria de esperar outra coisa! Ultrapasso-o pela esquerda. Do Corsa um braço esbracejava. Ouço zurrar qualquer coisa “☚☄➳♨✝””!!! Prossigo a pedalada e passo por ele de polegar levantado “…um bom dia pra si também“!
Pingback: … um bom dia pra si também « Matemática em Sobral