“No quadro das propostas apresentadas pelo grupo de trabalho luso-espanhol para o estudo da optimização da ligação ferroviária Porto – Vigo, foi decidido um melhoramento progressivo e substancial deste serviço em duas etapas: inicialmente através da sua potenciação como serviço internacional e, numa segunda fase, a médio prazo, através de uma actuação sobre a infra-estrutura ferroviária. Estas duas etapas estão intimamente ligadas e devem conduzir ao objectivo de, tão próximo quanto orçamentalmente possível, as duas capitais regionais terem um serviço de qualidade capaz de ser competitivo, em tempo e em custo, com a ligação rodoviária actual, contribuindo assim para a redução do impacto ambiental e sustentabilidade económica desta infra-estrutura ferroviária”. Esta é parte da Declaração de intenções que resultou da XXV Cimeira luso-espanhola no que diz respeito à problemática dos transportes ferroviários, mais concretamente à ligação entre o Porto e Vigo.
A inauguração do serviço internacional Porto-Vigo data de 1913, tendo chegado a haver comboios directos do Porto para Santiago de Compostela e a Corunha.
Recordo que esta ligação ferroviária teve a sua morte anunciada. A supressão do troço entre Valença e Vigo tinha sido anunciada pela CP (transportadora ferroviária portuguesa) para Julho de 2011, com a empresa a alegar um prejuízo mensal de 19.600 €. Perante o movimento de protesto que se gerou na opinião pública do Norte de Portugal e da Galiza, com inúmeros autarcas de ambos os lados da fronteira a protestarem contra esta decisão, levou a CP a procurar um acordo com a Renfe (transportadora ferroviária espanhola) para que a empresa pública portuguesa continuasse com o serviço em território espanhol, mantendo o serviço com as duas ligações diárias.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, vociferou há tempos que a actual ligação ferroviária entre Porto e Vigo “é uma merda“. Ele lá saberá da substância, quem sou eu para o contestar nesta matéria, mas que esse assunto já fede, lá isso fede. O TGV é uma aberração sorvedora de dinheiros públicos. Descarrilou e é já uma miragem.
Voltando à Declaração, esta reflectia ainda a vontade de optimização da ligação Porto-Vigo, com uma “melhoria progressiva e substancial” deste serviço em duas etapas, através da “potenciação como serviço internacional” e, a médio prazo, “através de uma actuação sobre a própria infra-estrutura ferroviária.
“Foi já decidido, numa primeira fase, haver uma modernização da via, ou seja, uma articulação por forma a reduzir os tempos de ligação entre Porto e Vigo, suprimindo algumas paragens”, afirmou o presidente do Eixo Atlântico, José Maria Costa. O presidente da Junta da Galiza, Alberto Núñes Feijó, admitiu por sua vez que as melhorias na ligação ferroviária entre Porto e Vigo estarão dependentes dos fundos estruturais a definir para o período de 2014 a 2020. Mas acrescenta-se que tudo isto ocorrerá em prazo “tão próximo quanto orçamentalmente possível”, o que atira tudo para prazo incerto.
Meus senhores, o que precisamos é de repor nos carris o serviço ferroviário. Para apanhar a carruagem do progresso a região precisa tão somente que haja uma ligação e um serviço de qualidade, com comboios rápidos e mais cómodos, que sirva realmente os portugueses. Mainada!
a ler e ver:
http://bicicletacomboio.wordpress.com/
http://1penoporto.wordpress.com/2012/06/26/tenho-a-certeza/
http://opassageiro.wordpress.com/2011/07/12/o-comboio-porto-vigo-afinal-nao-morreu/
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