A paz e a serenidade de andar de bicicleta pelo campo, ao longo de florestas, rios e vales, oferece sensações de desafio e conquista como em nenhum outro local, apesar de existirem outras opções todo-o-terreno em duas rodas, embora mais barulhentas e poluidoras.
Nos tempos que correm, para alguns demasiado depressa para outros ao ritmo do caracol, cada vez mais se reclama da escassa oferta de transportes terrestres, principalmente nos transportes ferroviários que são vítimas de constantes greves e que levam à forte redução na oferta, o primeiro passo para o encerramento de linhas.
Will, um entusiasta da bicicleta, teve uma daquelas ideias mirabolantes que até me fez recordar as invenções do prof. Pardal. Criou o veículo ideal para tirar a ferrugem aos trilhos ferroviários abandonados: a “ferro-bicla”, “carril-bicla”, “trem-bike”, “rail-bike”, you name it. É uma bicicleta especialmente modificada para permitir que os ciclistas pedalem em cima de um carril, com a ajuda de um sistema guia, espécie de estabilizador, acoplado ao outro carril. Desta forma, pode-se experimentar circular ao longo de uma linha férrea, não num comboio mas numa bicicleta.
Will despendeu muito tempo no seu projecto DIY pois insistiu em observar e testar tudo ao mínimo detalhe. Na roda dianteira da bicicleta existe um dispositivo que a mantêm a rodar na direcção do carril, sem desvios, enquanto a estrutura que está apoiada no outro carril ajuda a manter o equilíbrio da bicicleta. Alguns dos materiais utilizados no projecto incluem peças de uma scooter, uma forqueta de bicicleta como guia da roda, de aço, parafusos, porcas, pinos de fixação e anilhas. O que é interessante é que não envolve qualquer trabalho de solda pois todas as peças foram aparafusadas.
Mas parece que nem tudo correu sobre rodas. Nem sobre carris! A determinada altura dos testes o projecto descarrilou. Quando Will testava a sua invenção e pedalava nela a uma velocidade de cerca de 30 km/h, a guia da roda da bicicleta prendeu numa agulha (intercepção de linhas) que parou bruscamente a marcha da rail-bike, dobrou o quadro e o seu passageiro foi cuspido para fora do selim. Lá se foi a fama, mas Will diz que não vai desistir da sua ideia de colocar uma bicicleta sobre carris num futuro próximo.
Cenas dos próximos capítulos aqui.
Esse lema – apenas pedalar ao nosso ritmo – é muito sábio.
É a forma de manter o exercício saudável sem o penalizar, deixando ao ciclista a liberdade de como evoluir e quanto evoluir.
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A nossa não pode ultrapassar os 15km/h.
Mas vale a pena, pela aventura!
http://www.youtube.com/watch?v=4JA2_p0GYLg ou http://ferroviagem.blogspot.com.br
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Fantástico.
Boas ferroviagens caro amigo.
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