she moves, o coiso… a Anémona

A Praça Cidade S. Salvador, fronteira  dos concelhos do Porto e de Matosinhos, possui uma das mais belas rotundas do país, emoldurada com uma escultura da norte-americana Janet Echelman, que a apelidou de “She Changes”. Também houve quem lhe chamasse “She Moves”, “O Coiso”…

Dedicada aos pescadores e à importância da actividade piscatória em Matosinhos, foi da comunidade local que emergiu a designação que todos carinhosamente usam e para sempre identificará aquele objecto único, a Anémona.

dona Tripas capturada nas redes da Anémona (Janeiro de 2019)

Suportada por três postes metálicos, a gigantesca rede de 42 metros de diâmetro movimenta-se ao sabor do vento, imitando o movimento das anémonas. É uma escultura incompatível com a urgência do olhar. Quem admirava a imponente escultura ficava de imediato preso à ideia do movimento, inconstante, fluído e elástico. Ficava rendido às intermináveis e sempre surpreendentes coreografias provocadas pelo vento, pelas brisas marítimas ou pela Nortada, em constante mutação na ilusão de diferentes formas, outros modos de ver e de medir a gigantesca metáfora das redes de pesca.

Como qualquer corpo vivo, também esta Anémona adoeceu. A abanar lá no alto ao longo dos anos, desde Dezembro de 2004, a escultura rapidamente começou a degradar-se devido às condições climatéricas. Ao longo do tempo foi sendo submetida a pontuais restauros, mas a fragilidade estrutural das redes não resistiu aos elementos.

Nos últimos tempos as redes começaram a desprender-se dos aros e dos postes metálicos, tendo a Câmara Municipal de Matosinhos decidido pela recuperação total da obra. As redes danificadas foram retiradas e uma nova Anémona vai ser feita numa fábrica de Leça do Balio, estando prevista a sua montagem lá para o início da primavera.

Agora a Anémona mais não é do que uma gigantesca roda de bicicleta… de 1635 polegadas.

Sobre paulofski

Na bicicleta. Aquilo que hoje é a minha realidade e um benefício extraordinário, eu só aprendi aos 6 anos, para deixar aos 18 e voltar a ela para me aventurar aos 40. Aos poucos fui conquistando a afeição das amigas do ambiente e o resto, bem, o resto é paisagem e absorver todo o prazer que as minhas bicicletas me têm proporcionado.
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apenas pedalar ao nosso ritmo.

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