O Jornal de Notícias trás hoje publicado um excelente artigo de divulgação das diferentes mobilidades da cidade, no caso testemunhos de quem não anda de carro no Porto. Desmistificando algumas ideias preconcebidas de quem só utiliza o automóvel nas suas deslocações, para e do trabalho, quatro testemunhos demonstram com o seu exemplo que a utilização de outros meios de transporte (a correr, de trotinete, em skate ou de bicicleta) são não só mais saudáveis, ambientalmente sustentáveis, mais económicos, como ajudam a criar medidas na redução do grande fluxo e como enganam o congestionamento automóvel na cidade. De uma forma simples, provam como é possível tornar-se menos dependente do automóvel, podendo-se usufruir de uma cidade diferente, de uma cidade viva e moderna.
Fintar o trânsito de trotineta, bicicleta ou a correr
Deixam o carro em casa porque não querem enfrentar o trânsito. Poupam tempo, paciência e ainda subtraem na conta do final do mês. Na cidade do Porto, há quem escolha ganhar qualidade de vida na ida para o trabalho. Vão de trotineta, bicicleta, de skate ou a correr, para evitar o carro a todo o custo. São apenas 16,5% dos portuenses, face aos mais de 60% que continuam a usar o carro como meio de transporte. […]
(lê o artigo completo em: https://www.jn.pt/nacional/reportagens/interior/fintar-o-transito-de-trotineta-bike-skate-ou-a-correr-8913194.html)
Já agora, e aproveitando a oportunidade desde postal, volto à minha cartilha e deixo o testemunho diário de um ciclista urbano:
“Optar pela bicicleta para o trabalho, para os afazeres diários ou para um simples passeio, tem se tornado mais popular entre as pessoas. No Porto e arredores, apesar de diversas dificuldades enfrentadas pelos ciclistas, os exemplos multiplicam-se a cada dia.
É o meu caso. Todos os dias, após o pequeno-almoço, saio de bicicleta para o trabalho. A saudável rotina de pedalar até ao centro da cidade, faça sol ou faça chuva, já dura há vários anos. A minha residência dista cerca de quatro quilómetros do meu local de trabalho e para chegar ao serviço levo aproximadamente 15 minutos, nas calmas. Além de poupar tempo, o uso da bicicleta tem outros inúmeros benefícios. Ao optarmos pela utilização diária da bicicleta para o trabalho, pensamos na nossa qualidade de vida, poupamos na carteira, contribuímos para o meio ambiente, e é menos um carro a circular na cidade. Ficar preso no trânsito, para além de um contratempo é burrice.
A minha escolha nem sempre é compreendida por algumas pessoas. Depreendo isso pela forma como alguns automobilistas me ultrapassam e viram à minha frente. Outros consideram que pedalar na cidade é bastante perigoso! Crêem que sou louco ao pedalar em dias de temporal! Além das actividades diárias na bicicleta, pedalo dezenas de quilómetros por semana por puro prazer. Acredito que se não fossem as dificuldades que enfrento muitas outras pessoas fariam o mesmo.
O número de automóveis que circula nas cidades aumentou muito. Os gestores municipais perceberam esse problema e olham agora para a bicicleta como uma opção válida de mobilidade. Bem ou mal, existem hoje mais ciclovias, há mais estacionamentos para bicicletas espalhados pela cidade, a legislação rodoviária reconheceu direitos à bicicleta e decretou deveres ao ciclista. Ainda há muitos buracos na estrada mas, mesmo assim, a pedalada vale a pena.”