Se num passado recente cá no burgo o mercado das biclas estava principalmente voltado para a bicicleta desportiva, a situação mudou. Aquilo a que chamam “a moda das bicicletas” retornou a um tempo em que as pessoas, os nossos avós, optavam pelo transporte de duas rodas a pedais, por ser essencialmente um meio barato e prático de locomoção. O uso da bicicleta, como opção para o transporte diário e opcional ao trânsito estático no Grande Porto, aumentou substancialmente. A pedalada dá prazer físico, ajuda a preservar o meio ambiente e confere agilidade. O pessoal adaptou as pedaladas ao conceito ciclismo urbano e procura o tipo de bicicleta e acessório prático para o seu commuting diário. Deseja restaurar a velha bicla guardada desde o tempo dos avós. Quer simplesmente mudar o seu estilo de vida para melhor. É a bicicleta que está na moda ou será a moda que tende para a bicicleta. You tell me!
Há quatro anos, três marmanjos entusiastas das biclas bonitas, o Sérgio, o Miguel e o Hugo apropriaram-se de uma pequena loja no Mercado Municipal, um dos principais centros de comércio tradicional de Matosinhos, e abriram as portas da Velo Culture Porto, que certamente estarão já pelos cabelos de tanto ouvir falar. Na sua prática diária, de utilizadores regulares da bicicleta como meio de locomoção, estes três amigos perceberam as necessidades dos ciclistas urbanos e de uma lacuna no mercado, tanto na oferta de bicicletas charmosas como na montra de acessórios e coisas fixes. Proporcionaram-nos as novas e velhas tendências do mercado “biciculturista” dos países do norte da Europa.
A pedalada tem sido bem sucedida, dando resposta às necessidades dos seus clientes num momento em que a conjuntura económica tem sido desfavorável. A prova disso foi a abertura da filial na capital do império e, mais recentemente a inauguração da terceira megastore, a segunda tripeira, a do Palácio, aproximando os seus vastos serviços à malta velocipedista da Invicta.
Mas o melhor mesmo é fazer um sprint até à Adega Gazeta do Ciclista para estar a par das novidades que os duendes estão a preparar e dar a conhecer este verdadeiro caso de amor à camisola…
“Ora então caros amigos, como têm andado? Nós bem, obrigados.
Como fazemos anos no início do ano, o nosso balanço do ano é feito ao dia sete de janeiro do ano seguinte. É uma boa forma de começar o ano e não atrapalha com a altura mais movimentada do ano anterior, que é quando o Menino Jesus faz anos.
Aqui o duende de serviço à máquina de escrever repetiu deliberadamente a palavra ”ano”, para ganhar tempo e ir fazendo a retrospectiva mental do que se passou em 2015. Isto de escrever enquanto se pensa tem destas coisas.
Foto: Viver o Porto, Fevereiro de 2015