just do it

speedy

Quando se tem um trabalho onde se permanece muito tempo sentado à frente de um computador, com as pernas debaixo da secretária, para além da rotineira pedalada matinal de quinze minutinhos para o trabalho mas sem um gostoso e proveitoso regresso a casa, só porque o clima não está de feição para uma prolongada e descontraída pedalada de final de jornada ao longo da marginal, a solução é esperar pelo fim de semana e pegar na speedy gonzalez para sacudir a carcaça com uma valente pedalada.  

Só quem faz conhece a sensação de levantar antes do sol, numa manhã enevoada, comer bem, vestir o fato macaco, calibrar os pneus da bicla e sair na neblina matinal para respirar aquele ar urbano, tão fresco e puro, antes dos motores saírem ressacados das garagens. Depois, tem aquele silêncio que só as manhãs dos dias úteis, os de sábado e domingo, têm, apenas possível porque encontramos as ruas esvaziadas, sob o efeito de um viagem temporal, ou espacial, que me leva a época ou lugar que não se encontra no individualismo, na gritaria das correrias semanais.

A máquina do tempo está sempre lá, pronta e disponível, à minha espera. Qualquer bicicleta tem a vantagem e o conveniente pretexto de nos proporcionar saúde e bem-estar físico. Tem o poder de, no espaço de minutos, nos mudar o clima. Num instante envoltos na humidade do nevoeiro para logo a seguir aquecer o lombo sob um sol radioso. Qualquer bicicleta supre a rapidez de nos transportar a locais outrora coabitados, reviver momentos, conhecer pequenos recantos que de outra forma não seriam desvendados.

Volta e meia, invade-me um formigueiro nas pernas, que me atiça a rodá-las, que me leva a aproveitar o tempo, a liberdade, porque há uma estrada, um trilho, um caminho rumo a algum lugar que as rodas ainda não tocaram. Qualquer bicicleta serve a alma, a contemplação que se descortina após uma curva, o cume de uma montanha, o horizonte avistado, a sensação única de com ela termos conquistado algo com o próprio suor.

Vou mas’é desligar o computador…

Sobre paulofski

Na bicicleta. Aquilo que hoje é a minha realidade e um benefício extraordinário, eu só aprendi aos 6 anos, para deixar aos 18 e voltar a ela para me aventurar aos 40. Aos poucos fui conquistando a afeição das amigas do ambiente e o resto, bem, o resto é paisagem e absorver todo o prazer que as minhas bicicletas me têm proporcionado.
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apenas pedalar ao nosso ritmo.

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