Porto – Cidade Ciclável
… “Amo este granito em cada meu respirar e em cada seu pulsar. Cada pedra de paralelo. Cada grasnar de gaivota. Cada onda que bate no paredão do Molhe ou que se enrola nas areias do Homem do Leme ou da praia de Matosinhos. Cada ondulação dos barcos rabelos em Gaia. As pinturas do Hazul – e há cada vez mais. As pessoas de Miragaia e da Ribeira, na sua franqueza e frontalidade. Se me revoltam os prédios abandonados, amo a sua nostalgia de tempos idos. A Santa Catarina a fervilhar de atividade e de agitação. As lojas de bicicletas. A Pasteleira, o Banco de Bicicletas e a Nas Calmas, a Sub 954, o Barbosa do Velo Invicta Capas Peneda, O Sr. Luís! a iNBiCLA, a Douro Bike e a Velo Culture. A massa crítica (ou bicicletada). A noite. As escapadelas noturnas a meio da semana em cima do selim. O nascer do sol no tabuleiro superior da ponte Luiz I – e que luz! E cada pedalada que dou pelas suas ruas. E quanto mais sobe mais prazer sinto. E quanto mais desce mais vontade me dá de abraçar estas pedras escuras e toda esta cidade que se deita, indolente, tombando melancolicamente para o Douro e para o Atlântico.
O Porto é ciclável. E é bonito.”
por Ricardo Cruz (ler o artigo aqui)