Como portista e adepto do ciclismo, não poderia deixar de afixar um postal do há muito ansiado regresso do Futebol Clube do Porto ao pelotão nacional. As camisolas azuis e brancas voltarão a circular pelas estradass de norte a sul do país, envergadas por autênticos embaixadores do clube. Da equipa composta por 12 ciclistas, sob a direcção desportiva de Nuno Ribeiro, consta o vencedor das mais recentes edições da Volta a Portugal, Gustavo Veloso, e um grupo de ciclistas experientes e jovens promessas, alguns deles com historial familiar no ciclismo do clube.
O ciclismo representou um papel importante no crescimento eclético do clube. A modalidade deu as primeiras pedaladas em 1945 até ser suspensa em 1984. O FC Porto é o clube com mais títulos de vencedor da mais importante prova velocipédica nacional, a Volta a Portugal, doze vezes colectivamente e treze vezes individualmente:
1948 – Fernando Moreira; 1949 e 1950 – António Dias dos Santos; 1952 – Moreira de Sá; 1959 – Carlos Carvalho; 1960 – Sousa Cardoso; 1961 – Mário Silva; 1962 – José Pacheco; 1964 – Joaquim Leão; 1979 – Joaquim Santos; 1981 – Manuel Zeferino; 1982 – Marco Chagas. Na cidade Invicta, era na pista do Estádio do Lima e posteriormente no Estádio das Antas, que davam início ou terminaram muitas clássicas do calendário velociédico nacional, como é exemplo o Grande Prémio de Ciclismo do FC Porto e a clássica Porto-Lisboa, com a participação de variadas equipas do pelotão nacional e internacional. Nos velódromos dos estádios e nas ruas da cidade estabelecia-se uma grande empatia entre o público e os corredores, estendendo-se depois pelas estradas das várias regiões do país.
Ao longo da história da modalidade, alguns dos melhores e mais prestigiados corredores da história do ciclismo português representaram o clube do dragão, destacando-se Emídio Pinto que se tornou um nome incontornável no historial de sucesso azul e branco no ciclismo português. A “velha raposa”, como é apelidado no meio, conta 45 edições na Volta a Portugal, primeiro como atleta e depois na condição de director desportivo do F.C. Porto. Um feito inédito na história da Volta a Portugal foi na edição de 1949, os cinco primeiros classificados defendiam as cores do clube tripeiro (António Dias dos Santos, Attíllio Lambertini, Joaquim Sá, Fernando Moreira de Sá e Fernando Jorge Moreira), conquistando ainda o primeiro lugar por equipas.

(da esqª p/ dtª) Nuno Ribeiro, director desportivo, o ciclista espanhol Gustavo Veloso, o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, Adriano Quintanilha, dono da W52, principal patrocinador da equipa, e Elias Barros, director desportivo, durante a apresentação da equipa de ciclismo do FC Porto, no Porto, 23 de janeiro de 2016. (foto: José Coelho/LUSA)
“Era um sonho meu, mas que levei avante e fiz tudo para concretizar porque era um sonho de muita gente. Nem calculam! Eram muitas as pessoas que me perguntavam quando iríamos voltar a ter ciclismo e dizia-lhes sempre que um dia iríamos encontrar o parceiro certo para regressar”, afirmou Pinto da Costa, no Auditório Fernando Sardoeira Pinto, na apresentação da equipa à comunicação social, que ocorreu após a visita ao Museu FC Porto. O responsável máximo dos azuis e brancos elogiou a forma como foi possível chegar a acordo com Adriano Quintanilha, o homem forte da W52: “Foi, desde o primeiro contato, exemplar no relacionamento e interesse em que hoje estivéssemos todos aqui. É o parceiro ideal, devo dizer que é uma honra ter esta relação consigo e com a sua admirável equipa, que com certeza vai perdurar para além do contrato que já assinamos”…
“Que hoje a seja a primeira pedalada de muitas que ficarão na história do FC Porto” augurou Pinto da Costa no dia da apresentação.